sábado, 6 de outubro de 2012

Darcy Ribeiro

"Admito, com toda desfaçatez, que gosto demais de mim e que me acho admirável"


"...Sou um homem de causas. Vivi sempre pregando, lutando, como um cruzado, pelas causas que comovem. Elas são muitas demais: a salvação dos índios, a escolarização das crianças, a reforma agrária, o socialismo em liberdade, a universidade necessária. Na verdade somei mais fracassos que vitórias em minhas lutas, mas isso não importa. Horrível seria ter ficado ao lado dos que nos venceram nessas batalhas".
"O Brasil como problema", de Darcy Ribeiro - Publicado por F. Alves, 1995 ISBN 8526503235, 9788526503236 - 320 páginas

"Guardo em mim recordações indeléveis das brutalidades que presenciei em fazendas de minha gente mineira e por todos estes brasis, contra vaqueiros e lavradores que não esboçavam a menor reação. Para eles a doença de um touro é infinitamente mais relevante que qualquer peste que achaque sua mulher e seus filhos. Esta alienação induzida de nossa gente, levada a crer que a ordem social é sagrada e corresponde à vontade de Deus, é que eu tomei como tema, mostrando negros e caboclos de uma humildade dolorosa diante de patrões que os brutalizavam das formas mais perversas. Tanto me esmerei na figuração destes contrastes que um pequeno bandido político em luta eleitoral contra mim fez publicar alguns daqueles meus textos de denúncia como se expressassem minha postura frente aos negros."
 "Testemunho", São Paulo, Ed. Siciliano, 1991, 307 páginas

"É indispensável namorar, no mínimo, três mulheres por vez. Pelo seguinte: primeiro, se você tem uma namorada, ela já quer casar; digo para elas: 'menina, só posso fazer você viúva. Deixa de besteira'. Algumas não querem casar, por causa do senso de que é preciso ficar com o homem. Eu acho que, depois de dez anos, o casamento fica meio incestuoso. A mulher, você gosta dela, tem carinho, mas, para o amor, outra é melhor. Acho eu, no meu fraco modo de entender. Casei algumas vezes, mas aprendi que é importante ter três. Não só porque a variação é interessante, mas você fica até mais carinhoso, você ama a variação e não há o perigo de casar".
Darcy Ribeiro no Roda Viva (1995)

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