quarta-feira, 20 de junho de 2012

Expectativas para 2013: "Homem de Ferro 3" e "Os Miseráveis"



Imagem das filmagens de "Homem de Ferro 3"

Prometheus

7,6...

Bom, um resuminho, para começar, rs.
Uma equipe de exploradores descobre novos indícios sobre as origens da humanidade na Terra, levando-os a uma aventura impressionante pelas partes mais sombrias do universo. Eles deverão vencer uma batalha cruel para salvar o futuro da raça humana. O nome do filme, Prometheus, é também o nome da aeronave utilizada por um grupo seleto de pessoas para investigar os fragmentos do "DNA alienígena". Esta aventura baseia-se no ponto de partida de Alien, outra ficção científica de Ridley Scott passada quase inteiramente no espaço.
Na linha de ser sucinto...

A parte técnica tem mérito. A fotografia é muito boa! A dobradinha de abertura, belas imagens + música, funciona, de certo modo, até arrebatando o expectador. 
Os atores estão bem sincronizados, destaque para Michael Fassbender que aparece muito bem na pele de David. Não só a atuação de Michael merece destaque, mas a de Charlize Theron, que fez uma belíssima atuação em Branca de Neve e o Caçador e a aqui não fez feio. Idris Elba embora num papel de certa discrição, tem espaço de mostrar seu talento. Um outro que precisa ser citado é Guy Pearce, que está irreconhecível, somente os mais atentos fariam uma ligação direta com Edward VIII de O Discurso do Rei [não foi o meu caso, rs, pensei... muito familiar este cara; mas não liguei o nome a pessoa. rs!]. É necessário destacar Noomi Rapace, bom, parece que ela veio para ficar, se em Sherlock Holmes II ela não foi devidamente notada, certo, aqui ela foi.
A grande falha do filme é a superficialidade do roteiro, típico, do nada para lugar nenhum. No entanto, a equipe técnica fez sua parte, e bem, com isso conseguindo gerar um filme que no todo é de se considerar, bom. Faço uma ressalva para o 3D, creio, a questão não foi a sala, mas o filme, pois vi outros filme em 3D na mesma sala e o resultado não foi o mesmo, porém não muda minha opinião sobre a equipe técnica do filme.

Bom, assistam!


D

domingo, 17 de junho de 2012

Douglas Sirk - O príncipe do melodrama

Bom, serei sucinto...

Retrospectiva dos 30 principais filmes do diretor alemão. Com filmes tocantes, rodados com as melhores equipes e elenco de Hollywood e usando técnicas inovadoras para a época (Technicolor e Cinemascope), Sirk dirigiu clássicos atemporais, muitos deles inéditos no Brasil. A mostra trará ainda filmes de diretores contemporâneos influenciados pela estética de Sirk e aulas-debates em torno da vida e da obra do diretor.

Fui ver hoje, esta mostra e acabei sendo apresentado a um excelente diretor, pelos títulos que vi hoje (April! April!; Amar e Morrer; A garota do Pantano) não posso senão tecer elogios, apenas.

Por esses títulos me veio uma dúvida: Porque príncipe do melodrama? Bom, sou leigo e não conheço a fundo a obra de Douglas Sirk. No entanto, deixe essa dúvida para lá, o que vale é que os filmes são bons. Só há coisas a favor, rs, o valor é irrisório (R$ 6,00 - isso para toda a mostra), os filmes com certeza vão saciar a sede de coisas "novas", pois as recentes produções não tem trazido nada de novo.


Recomendo! Para as pessoas que não vão viajar neste "feriadão", essa é uma excelente proposta de diversão, e a um custo baixíssimo.

sábado, 16 de junho de 2012

"A Jovem Rainha Vitória"

Para os que gostam do estilo, este é um filme que não decepciona. Feito com muito primor e bom gosto,  o filme é bem atento a realidade, no entanto, se permite alguns casos de pura ficção, para dar maior ritmo ao filme.

O filme cumpre bem o papel de retratar uma das mais belas histórias de amor que a Realeza Britânica já viu, um outro grande caso de amor, não teve, digamos, um final muito feliz, mas não deixa de ser uma bela história de amor é o que envolve o Ex-Rei Eduardo VIII e a "americana divorciada" Wallis Simpson, que foi muito bem retratada no filme W.E. - O Romance do Século.

É um excelente filme!

POEMA EM LINHA RETA, Fernando Pessoa por Osmar Prado

É sem dúvidas umas das mais belas atuações que a televisão brasileira já viu, Osmar Prado é um dos melhores atores que já vi. O poema dispensa apresentação e cometários.



      POEMA EM LINHA RETA

    Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
    Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.

    E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
    Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
    Indesculpavelmente sujo,
    Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
    Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
    Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
    Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
    Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
    Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
    Eu, que tenho sido cômico às criadas de hotel,
    Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
    Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
    Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
    Para fora da possibilidade do soco;
    Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
    Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.

    Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
    Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
    Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

    Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
    Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
    Que contasse, não uma violência, mas uma cobardia!
    Não, são todos o Ideal, se os oiço e me falam.
    Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
    Ó príncipes, meus irmãos,

    Arre, estou farto de semideuses!
    Onde é que há gente no mundo?

    Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?

    Poderão as mulheres não os terem amado,
    Podem ter sido traídos - mas ridículos nunca!
    E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
    Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
    Eu, que venho sido vil, literalmente vil,
    Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.


    Álvaro de Campos

The Kooks - Naive


Tabacaria

Um dos mais belos poemas de Álvaro de Campos,  heterônimo de Fernando Pessoa.


TABACARIA
    Não sou nada.
    Nunca serei nada.
    Não posso querer ser nada.
    À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.

    Janelas do meu quarto,
    Do meu quarto de um dos milhões do mundo que ninguém sabe quem é
    (E se soubessem quem é, o que saberiam?),
    Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
    Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
    Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
    Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
    Com a morte a por umidade nas paredes e cabelos brancos nos homens,
    Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada.

    Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
    Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
    E não tivesse mais irmandade com as coisas
    Senão uma despedida, tornando-se esta casa e este lado da rua
    A fileira de carruagens de um comboio, e uma partida apitada
    De dentro da minha cabeça,
    E uma sacudidela dos meus nervos e um ranger de ossos na ida.

    Estou hoje perplexo, como quem pensou e achou e esqueceu.
    Estou hoje dividido entre a lealdade que devo
    À Tabacaria do outro lado da rua, como coisa real por fora,
    E à sensação de que tudo é sonho, como coisa real por dentro.

    Falhei em tudo.
    Como não fiz propósito nenhum, talvez tudo fosse nada.
    A aprendizagem que me deram,
    Desci dela pela janela das traseiras da casa.
    Fui até ao campo com grandes propósitos.
    Mas lá encontrei só ervas e árvores,
    E quando havia gente era igual à outra.
    Saio da janela, sento-me numa cadeira. Em que hei de pensar?

    Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
    Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
    E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos!
    Gênio? Neste momento
    Cem mil cérebros se concebem em sonho gênios como eu,
    E a história não marcará, quem sabe?, nem um,
    Nem haverá senão estrume de tantas conquistas futuras.
    Não, não creio em mim.
    Em todos os manicômios há doidos malucos com tantas certezas!
    Eu, que não tenho nenhuma certeza, sou mais certo ou menos certo?
    Não, nem em mim...
    Em quantas mansardas e não-mansardas do mundo
    Não estão nesta hora gênios-para-si-mesmos sonhando?
    Quantas aspirações altas e nobres e lúcidas -
    Sim, verdadeiramente altas e nobres e lúcidas -,
    E quem sabe se realizáveis,
    Nunca verão a luz do sol real nem acharão ouvidos de gente?
    O mundo é para quem nasce para o conquistar
    E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
    Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
    Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
    Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
    Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
    Ainda que não more nela;
    Serei sempre o que não nasceu para isso;
    Serei sempre só o que tinha qualidades;
    Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
    E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
    E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
    Crer em mim? Não, nem em nada.
    Derrame-me a Natureza sobre a cabeça ardente
    O seu sol, a sua chava, o vento que me acha o cabelo,
    E o resto que venha se vier, ou tiver que vir, ou não venha.
    Escravos cardíacos das estrelas,
    Conquistamos todo o mundo antes de nos levantar da cama;
    Mas acordamos e ele é opaco,
    Levantamo-nos e ele é alheio,
    Saímos de casa e ele é a terra inteira,
    Mais o sistema solar e a Via Láctea e o Indefinido.

    (Come chocolates, pequena;
    Come chocolates!
    Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
    Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
    Come, pequena suja, come!
    Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!
    Mas eu penso e, ao tirar o papel de prata, que é de folha de estanho,
    Deito tudo para o chão, como tenho deitado a vida.)

    Mas ao menos fica da amargura do que nunca serei
    A caligrafia rápida destes versos,
    Pórtico partido para o Impossível.
    Mas ao menos consagro a mim mesmo um desprezo sem lágrimas,
    Nobre ao menos no gesto largo com que atiro
    A roupa suja que sou, em rol, pra o decurso das coisas,
    E fico em casa sem camisa.

    (Tu que consolas, que não existes e por isso consolas,
    Ou deusa grega, concebida como estátua que fosse viva,
    Ou patrícia romana, impossivelmente nobre e nefasta,
    Ou princesa de trovadores, gentilíssima e colorida,
    Ou marquesa do século dezoito, decotada e longínqua,
    Ou cocote célebre do tempo dos nossos pais,
    Ou não sei quê moderno - não concebo bem o quê -
    Tudo isso, seja o que for, que sejas, se pode inspirar que inspire!
    Meu coração é um balde despejado.
    Como os que invocam espíritos invocam espíritos invoco
    A mim mesmo e não encontro nada.
    Chego à janela e vejo a rua com uma nitidez absoluta.
    Vejo as lojas, vejo os passeios, vejo os carros que passam,
    Vejo os entes vivos vestidos que se cruzam,
    Vejo os cães que também existem,
    E tudo isto me pesa como uma condenação ao degredo,
    E tudo isto é estrangeiro, como tudo.)

    Vivi, estudei, amei e até cri,
    E hoje não há mendigo que eu não inveje só por não ser eu.
    Olho a cada um os andrajos e as chagas e a mentira,
    E penso: talvez nunca vivesses nem estudasses nem amasses nem cresses
    (Porque é possível fazer a realidade de tudo isso sem fazer nada disso);
    Talvez tenhas existido apenas, como um lagarto a quem cortam o rabo
    E que é rabo para aquém do lagarto remexidamente

    Fiz de mim o que não soube
    E o que podia fazer de mim não o fiz.
    O dominó que vesti era errado.
    Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
    Quando quis tirar a máscara,
    Estava pegada à cara.
    Quando a tirei e me vi ao espelho,
    Já tinha envelhecido.
    Estava bêbado, já não sabia vestir o dominó que não tinha tirado.
    Deitei fora a máscara e dormi no vestiário
    Como um cão tolerado pela gerência
    Por ser inofensivo
    E vou escrever esta história para provar que sou sublime.

    Essência musical dos meus versos inúteis,
    Quem me dera encontrar-me como coisa que eu fizesse,
    E não ficasse sempre defronte da Tabacaria de defronte,
    Calcando aos pés a consciência de estar existindo,
    Como um tapete em que um bêbado tropeça
    Ou um capacho que os ciganos roubaram e não valia nada.

    Mas o Dono da Tabacaria chegou à porta e ficou à porta.
    Olho-o com o deconforto da cabeça mal voltada
    E com o desconforto da alma mal-entendendo.
    Ele morrerá e eu morrerei.
    Ele deixará a tabuleta, eu deixarei os versos.
    A certa altura morrerá a tabuleta também, os versos também.
    Depois de certa altura morrerá a rua onde esteve a tabuleta,
    E a língua em que foram escritos os versos.
    Morrerá depois o planeta girante em que tudo isto se deu.
    Em outros satélites de outros sistemas qualquer coisa como gente
    Continuará fazendo coisas como versos e vivendo por baixo de coisas como tabuletas,

    Sempre uma coisa defronte da outra,
    Sempre uma coisa tão inútil como a outra,
    Sempre o impossível tão estúpido como o real,
    Sempre o mistério do fundo tão certo como o sono de mistério da superfície,
    Sempre isto ou sempre outra coisa ou nem uma coisa nem outra.

    Mas um homem entrou na Tabacaria (para comprar tabaco?)
    E a realidade plausível cai de repente em cima de mim.
    Semiergo-me enérgico, convencido, humano,
    E vou tencionar escrever estes versos em que digo o contrário.

    Acendo um cigarro ao pensar em escrevê-los
    E saboreio no cigarro a libertação de todos os pensamentos.
    Sigo o fumo como uma rota própria,
    E gozo, num momento sensitivo e competente,
    A libertação de todas as especulações
    E a consciência de que a metafísica é uma consequência de estar mal disposto.

    Depois deito-me para trás na cadeira
    E continuo fumando.
    Enquanto o Destino mo conceder, continuarei fumando.

    (Se eu casasse com a filha da minha lavadeira
    Talvez fosse feliz.)
    Visto isto, levanto-me da cadeira. Vou à janela.
    O homem saiu da Tabacaria (metendo troco na algibeira das calças?).
    Ah, conheço-o; é o Esteves sem metafísica.
    (O Dono da Tabacaria chegou à porta.)
    Como por um instinto divino o Esteves voltou-se e viu-me.
    Acenou-me adeus, gritei-lhe Adeus ó Esteves!, e o universo
    Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.


    Álvaro de Campos, 15-1-1928

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Oscar Wilde

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante. 
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos. 
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo. 
Deles não quero resposta, quero meu avesso. 
Que me tragam dúvidas e angústias e aguentem o que há de pior em mim. 
Para isso, só sendo louco. 
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças. 
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta. 
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria. 
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto. 
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade. 
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos. 
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça. 
Não quero amigos adultos nem chatos. 
Quero-os metade infância e outra metade velhice! 
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa. 
Tenho amigos para saber quem eu sou. 
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.



ps: atribuída a Wilde, de fonte desconhecida - bom, sendo ou não de Oscar, é um texto memorável.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Mulher se revolta com funkeiro"

É o fim do mundo uma pessoa ser obrigada a ter uma atitude tão destemperada, por causa de um SERZINHO que não tem o menor respeito pelas pessoas, quando você não quiser partir para a agressão (o que às vezes é necessário e inevitável), toque ópera, é tiro e queda, rs... brincadeira. USEM FONES, ninguém é obrigado a compartilhar seu gosto musical, ainda mais em um coletivo. 

É impressionante, não basta ser, tem de deixar claro, depois ainda reclamam. Engraçado que um fã de música clássico, MPB, Rock, Pop e outros estilos, raramente fazem isso (são raros mesmos). Porque os funkeiros fazem?


CAMPANHA: POR UMA CIDADE MAIS FELIZ. DOE UM FONE A UM FUNKEIRO.



ps: não sou dado a este tipo de protesto, mas se usasse, tiraria meu chapéu para esta senhora.

007 - Operação Skyfall (Trailer)

Esperando, com certa ansiedade, para ver em pleno, qual o nível...

Super Bowl XXV (1991) - The National Anthem of the United States - Whitney Houston (1963-2012)

Bom,

O que haveria eu de dizer? Ouvir já é o bastante...






sábado, 9 de junho de 2012

Weekend [Fim de Semana]

7,8... 

Resuminho,
Depois de uma festa regada a álcool na casa de seus amigos heterossexuais, Russell decide passar por uma discoteca gay. Pouco antes do local fechar, ele encontra Glen, e o que parecia ser no início apenas um caso de uma noite torna-se algo diferente, especial.

Bom! 
Cabe um esclarecimento, tanto os atores como o diretor, são figuras desconhecidas por mim. Mas não serão mais, pois este é um filme, que a despeito do orçamento muito baixo, vale como uma super produção. 
Tom Cullen, Chris New e Jonathan Race dão um belo show na tela, embora o filme se concentre em Tom e Chris. Escrito, dirigido e editado por Andrew Haigh, o filme tem muito para ser sucesso. 
A espinha dorsal dramática do filme são as diferenças entre Glen e Russell, enquanto um trabalha sua sexualidade de modo mais "público", o outro prefere uma forma mais discreta de relacionamento, mas essas diferenças nos leva no decorrer do filme a acreditar que possam ser um casal potencialmente interessante, ambos vivem conflitos de identidade. 

Estou pouco criativo, ontem mesmo escrevi uma outra resenha, peço desculpas por não atender a altura, com esta. No entanto, li um critica do The New York Times, que concordo e resumi bem esse filme:
"Weekend" é impressionantemente seguro, incrivelmente profundo... uma das melhores histórias de amor que você vai ver nos cinemas este ano.
Bom, não é preciso dizer muito depois disso, e o The Guardian também tem uma critica favorável:
Este filme tem uma aparência fresca, honesta e despretensiosa, e [no final] nós realmente acreditamos que algo como o amor chegou às jovens vidas [dos personagens].
Para finalizar, o filme traz um nova perspectiva de romance, ao apresentar de forma única um casal homossexual, a temática está em voga e em sintonia com as recentes publicações e todo o movimento que há na atualidade, movimento esse que busca direitos civis iguais, para héteros e homossexuais. Poderá se dizer que o diretor pretende (ou pretendeu) um romance realista e com isso às vezes força de demais em cenas de sexo. Todavia, o roteiro e as atuações (valorizadas pela boa química da dupla de atores) superam esses detalhes que os mais conservadores chamariam de sórdidos.


Recomendo!!!




sexta-feira, 8 de junho de 2012

Branca de Neve e o Caçador

7,0...

Resuminho,

Um rei viúvo caiu de amores por Ravenna (Charlize Theron) sem saber de seus terríveis planos de conquista e acaba morrendo, deixando para ela todo o seu reino. Para piorar a situação, a filha dele foi jogada em uma masmorra e lá ficou até se tornar uma bela jovem. Obcecada pela beleza e pela juventude, a Rainha não se cansa de perguntar ao seu oráculo para saber de existe alguém mais bela do que ela, até o dia em que a resposta não a agradou. Felizmente, Branca de Neve (Kristen Stewart) consegue fugir sem que seu coração seja arrancado e Ravenna se torne poderosa para sempre. Mas a malvada não desiste fácil e além da ajuda do irmão, um fiel escudeiro, ela contrata Eric (Chris Hemsworth), um exímio caçador para trazer sua presa de volta. Só que ele acaba descobrindo que a missão era um grande erro e vai ajudar a jovem em sua cruzada contra o reinado da malévola. Para isso, eles contarão também com o importante apoio dos seres da floresta e dos unidos sete anões mineiros.
Para a equipe técnica, só há mérito - salvo pequenos equívocos, quanto ao resto, demérito, apenas. 

É verdade, é uma frase bem ácida para começar um pequeno comentário, mas o filme traz uma linguagem bem diferente de "Mirror, Mirror" - que também se destina a outro público - , o que é bom, apresenta ao público uma Branca de Neve ao estilo Joana d'Arc, mas essa "novidade" não é suficiente para dar um corpo homogêneo ao filme. Onde a parte artística/criativa fosse tão boa quanto a parte técnica.  

A industria do cinema vive um período de refilmagens e sequencias em franquias, isso em muitos casos gera filmes vazios, fracos, sem personalidade. Porem, isso não ocorre exatamente com "Branca de Neve e o Caçador", como já dito, ele explora uma outra face da Branca de Neve, mas a interpretação fraca de Kristen, não ajuda a explorar essa vertente, embora fraca, não chega a ser danosa a produção, todavia só o fato de a vermos longe do esteriótipo da "Saga Crepúsculo", já é bom, mostra que ela quer ser mais do que a eterna "Bela", o mesmo vemos com Emma Watson (que esteve em "My week with Marilym" e deve lança um outro filme em breve) e outros como Radcliffe e Pattinson. O mesmo vale para Hemsworth, que em "Thor", não se apresentou muito bem, mas em "Os Vingadores" cumpriu bem seu papel. Aqui ele se apresenta como um ator medíocre, que precisa e muito, melhorar. 

Em termos de interpretação o mérito é de Charlize Theron, que na pele da rainha Ravenna, dá um verdadeiro show de interpretação na tela.

O roteiro é óbvio, para não dizer pobre. No entanto, a recompensa vem por parte das boas cenas de ação e efeitos especiais... Edição, Direção de Arte, Figurino (em especial os de Ravenna), Trilha Sonora e Produção fazem desse, um filme, que vale o ingresso. Porém, que não traz nada de extraordinário.

Ah! Um ponto que precisa de destaque são os anões, todos atores já conhecidos e que foram modificados magistralmente por computador.

Vale o ingresso!



Ops... Uma coisa interessante, a última cena, parece uma pintura de Bosch.

terça-feira, 5 de junho de 2012

Contra Versos - Zombie (ensaio gravado - making off)

A banda, ainda, não é conhecida do grande público, mas com uma música original e bem feita, será! O ambiente musical atual, carece de novos artistas, que sejam sobretudo, originais.

(Jason Mraz) I'm Yours - Sungha Jung

Esse menino tem talento!
Aí a máxima... "Não importa o quanto você tente, sempre haverá uma criança asiática para fazer melhor.", se aplica, rs!




MIB - Homens de Preto 3

7,5...

O terrível Boris, o Animal (Jemaine Clement) foi capturado no passado pelo agente K (Tommy Lee Jones) e na época perdeu o seu braço. Vivendo na prisão lunar de segurança máxima, o alienígena consegue bolar um plano de fuga para dar andamento ao seu objetivo de recuperar o membro de seu corpo e ainda acabar com K de uma vez por todas. Para isso, ele pretende viajar no tempo e mudar o rumo da história. Para evitar que ele triunfe em seu plano maligno, o agente J (Will Smith) também volta ao passado e lá encontrará os jovens agentes K (Josh Brolin) e O (Alice Eve), descobrindo segredos que mudarão sua vida e a amizade de ambos.

Não é segredo que essa linha de filme não me agrada, mas o filme tem seu mérito, não faz vergonha, se comparado aos outros dois filmes da franquia. O filme é bem feito, mas não está nem próximo de superar "Os Vingadores"... Talvez porque a história não seja de grande interesse do público atual, não mais?

Um fato legal para ressaltar, é que quando o filme está nos anos de 1960'... Embora haja coisas mirabolantes, totalmente de acordo com a proposta, elas são bem feitas, a caracterização merece destaque. A parte técnica é muito bem feita. O problema, ao meu ver, é o roteiro, um tanto vazio, embora, explore assuntos e pessoas interessantes como Andy Warhol e Mick Jagger. Uma ressalva ao talento de Emma Thompson em uma cena hilaria e intraduzível.

Contudo é um bom filme! Vale o ingresso...








Luz nas Trevas

6,0...

Bom, cabe informar que não vi o outro filme do qual esse é, digamos, uma sequencia.

Vamos ao filme! Resuminho básico, rs...
Retrata a trajetória de Jorge Bronze, conhecido pelo codinome Tudo-ou-Nada (André Guerreiro). Ele é filho do famoso Bandido de Luz Vermelha (Ney Matogrosso), que assaltava casas de ricos paulistanos e foi transformado em ícone pelo jornal Notícias Populares. Por outro lado, aborda a vida de Luz Vermelha em um presídio de segurança máxima, mostrando como ele lida com a fama de ser um dos criminosos mais famosos do Brasil.

No geral, a única coisa que se salva neste filme é a interpretação um tanto profunda, de Ney Matogrosso, que se revela um ator de certo talento. Pois o que se vê na tela, não é um bom resultado, para um texto com tantos argumentos, as interpretações, no geral são sem muita expressão. A fotografia não é boa, peca muito; a música não tem muito mérito. A última cena, em que Luz Vermelha/Ney Matogrosso canta "Sangue Latino" é uma cena boa, mas se revela em descompasso com o filme, fica sem sentido, embora bem cantado, não tem muito haver com o filme.

Não é péssimo, mas poderia ser muito melhor!

"O filme, no entanto, falha ao tentar caminhar com as próprias pernas. O erro, que fique claro, não está em buscar uma narrativa própria, o que é importantíssimo, mas sim no fato de não conseguir."

sábado, 2 de junho de 2012

LIBERDADE


    Ai que prazer
    não cumprir um dever.
    Ter um livro para ler
    e não o fazer!
    Ler é maçada,
    estudar é nada.
    O sol doira sem literatura.
    O rio corre bem ou mal,
    sem edição original.
    E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
    como tem tempo, não tem pressa...
    Livros são papéis pintados com tinta.
    Estudar é uma coisa em que está indistinta
    A distinção entre nada e coisa nenhuma.
    Quanto melhor é quando há bruma.
    Esperar por D. Sebastião,
    Quer venha ou não!
    Grande é a poesia, a bondade e as danças...
    Mas o melhor do mundo são as crianças,
    Flores, música, o luar, e o sol que peca
    Só quando, em vez de criar, seca.
    E mais do que isto
    É Jesus Cristo,
    Que não sabia nada de finanças,
    Nem consta que tivesse biblioteca...

          Fernando Pessoa