7,9...
A cidade de Nova Iorque está em tumulto e a era do capitalismo está chegando ao fim. Uma visita do presidente dos Estados Unidos paralisa Manhattan e Eric Packer (Robert Pattinson), o menino de ouro do mundo financeiro, tenta chegar ao outro lado da cidade para cortar o cabelo. Durante o dia, ele observa o caos e percebe, impotente, o colapso do seu império. Packer vive as 24 horas mais importantes da sua vida e está certo de que alguém está prestes a assassiná-lo.
O filme é baseado na obra homônima, cujo autor é Don Delillo - bom, não li o livro; então, sem muito a dizer em relação a ele. Porém não é o (meu) objetivo falar do livro, embora seja visto por muitos como a obra literária que melhor retrata o século XXI. Sobretudo no campo corporativo, com sua volatilidade intrínseca.
Nos primeiros minutos você vai notar uma coisa interessante, a relação que há entre Parker e sua limusine. Que para ele não é apenas um meio de transporte, um carro somente. O personagem de Pattinson encara seu automóvel como uma bolha. De onde ele pode acompanhar tudo que acontece ao redor, todavia sem se envolver diretamente. Ele recebe pessoas, tem reuniões de negócios, transa, faz suas necessidades fisiológicas (bom, não vá achando que o carro é uma imundice, na verdade ele é muito bem equipado, quase um "Air Force One", rs) e até exames médicos (algo extremamente curioso, rs). Fato é que a limusine de Eric é um mundo particular.
Essa segregação imposta pela relação carro versus mundo é uma tradução literal do mundo de Eric. Tal separação revela uma arrogância evidenciada no modo como ELE lida com as ameaças a sua volta: com sorriso no rosto, como se essas coisas o divertissem. No entanto, a despeito do possamos concluir por esse sorriso, o protagonista é diariamente tomado por um vazio. Uma sensação que, embora conheça bem, não revela a ninguém, pois poderia ser sinônimo de fraqueza. Soma-se a isso o fato de seu "império" estar desmoronando em virtude de um erro de cálculo, leva Eric a uma jornada que ruma para a destruição, onde ele se coloca deliberadamente em situações de risco, com o propósito de findar o vazio que toma seu ser.
A direção é pontual nos diálogos. São diálogos densos, frases reflexivas e uma abordagem que nos leva a (re)pensar o capitalismo e o mercado global. O filme é cunhado em simbolismos. Rato como moeda mundial, exploração da nudez com o intuito de trazer a necessária emoção ao momento.
Palmas ao trabalho de Robert Pattinson, que se encaixa como um luva ao personagem - você não conseguirá estabelecer uma relação direta com seus outros trabalhos. Seu Eric Parker é seco e cínico, na medida exata para o personagem. Vale ressaltar a cena que certamente ficará na memória do expectador, particularmente considero antológica, onde passa por um exame de próstata dentro da limusine. Seu rosto de total desconforto em meio à luta para se manter fluente no dialogo com uma de suas assessoras (que está excitadíssima, diga-se de passagem) chama muita atenção.
Este é um bom filme, que merece ser visto e revisto, e de quebra refletido. Um filme do tipo que costuma crescer após a sessão, quando você relembra cenas. Tendo um ritmo lento, que não prejudica em nada o filme e um final bem teatral, é um dos melhores de 2012. Indispensável!
Bom Filme!!!
Nos primeiros minutos você vai notar uma coisa interessante, a relação que há entre Parker e sua limusine. Que para ele não é apenas um meio de transporte, um carro somente. O personagem de Pattinson encara seu automóvel como uma bolha. De onde ele pode acompanhar tudo que acontece ao redor, todavia sem se envolver diretamente. Ele recebe pessoas, tem reuniões de negócios, transa, faz suas necessidades fisiológicas (bom, não vá achando que o carro é uma imundice, na verdade ele é muito bem equipado, quase um "Air Force One", rs) e até exames médicos (algo extremamente curioso, rs). Fato é que a limusine de Eric é um mundo particular.
Essa segregação imposta pela relação carro versus mundo é uma tradução literal do mundo de Eric. Tal separação revela uma arrogância evidenciada no modo como ELE lida com as ameaças a sua volta: com sorriso no rosto, como se essas coisas o divertissem. No entanto, a despeito do possamos concluir por esse sorriso, o protagonista é diariamente tomado por um vazio. Uma sensação que, embora conheça bem, não revela a ninguém, pois poderia ser sinônimo de fraqueza. Soma-se a isso o fato de seu "império" estar desmoronando em virtude de um erro de cálculo, leva Eric a uma jornada que ruma para a destruição, onde ele se coloca deliberadamente em situações de risco, com o propósito de findar o vazio que toma seu ser.
A direção é pontual nos diálogos. São diálogos densos, frases reflexivas e uma abordagem que nos leva a (re)pensar o capitalismo e o mercado global. O filme é cunhado em simbolismos. Rato como moeda mundial, exploração da nudez com o intuito de trazer a necessária emoção ao momento.
Palmas ao trabalho de Robert Pattinson, que se encaixa como um luva ao personagem - você não conseguirá estabelecer uma relação direta com seus outros trabalhos. Seu Eric Parker é seco e cínico, na medida exata para o personagem. Vale ressaltar a cena que certamente ficará na memória do expectador, particularmente considero antológica, onde passa por um exame de próstata dentro da limusine. Seu rosto de total desconforto em meio à luta para se manter fluente no dialogo com uma de suas assessoras (que está excitadíssima, diga-se de passagem) chama muita atenção.
Este é um bom filme, que merece ser visto e revisto, e de quebra refletido. Um filme do tipo que costuma crescer após a sessão, quando você relembra cenas. Tendo um ritmo lento, que não prejudica em nada o filme e um final bem teatral, é um dos melhores de 2012. Indispensável!
Bom Filme!!!
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