sábado, 11 de agosto de 2012

Farda, fardão, camisola de dormir

Ontem festejou-se o centenário de nascimento de Jorge Amado, grande escritor baiano. Esta semana - sem me dar conta da data -, li "Farda, fardão, camisola de dormir", como todos os livros que já li de Jorge Amado,  me emocionou - certos momentos tocam. 

Recomendo a leitura deste texto!

Trata-se de um livro de leitura rápida, são pouco mais de 200 paginas. O enredo vai do romance à intriga -  intrigas bem elaboradas, por sinal, por conta da sucessão de uma cadeira para ABL. Devido a minha adoração pela obra de J.A. não há como eu escrever sem cair na "rasgação de seda", então, vou ser direto, objetivo... LEIA!

Farda, fardão, camisola de dormir 


Fábula para acender uma esperança 

Romance, 1979  
     Em 1940, o exército alemão soma vitórias pela Europa. Entre elas, a tomada da cidade de Paris. No Brasil, repressão e tortura são práticas correntes do Estado Novo, regime instituído por Getúlio Vargas em 1937, então ainda simpático ao projeto nazista de Hitler.
     É neste panorama geopolítico internacional e brasileiro que morre, na capital francesa, o poeta romântico e boêmio Antônio Bruno. Com isso, abre-se uma vaga na Academia Brasileira de Letras, fato que vai desencadear uma verdadeira guerra nos meios intelectuais do Rio de Janeiro.
     Estruturado em capítulos breves, como um espirituoso folhetim, Farda, fardão, camisola de dormir faz uso de um humor ferino e do ritmo caudaloso da escrita do autor para, a partir de um caso localizado e particular, abordar assuntos universais e mais abrangentes.
     A acirrada disputa entre os literatos pode ser comparada, com certa licença poética, à guerra travada em terras europeias. De um lado, está o coronel Agnaldo Sampaio Pereira, simpatizante do nazismo. Do outro, o general reformado Waldomiro Moreira. A querela prolonga-se por longos quatro meses. Mas os dois candidatos não se equiparam ao estilo e à verve do poeta morto. Tampouco aos princípios humanistas de Bruno. Muito menos ao sucesso que este fazia com as mulheres, como a comunista Maria Manuela.

    Como indica o subtítulo original, Fábula para acender a esperança, a narrativa é uma sátira leve e divertida do conservadorismo político da elite, da hipocrisia das tradições familiares e da vaidade intelectual dos literatos. 

"A MORAL DA FÁBULA
A moral? Veja: em toda parte, pelo mundo afora, são as trevas novamente, a guerra contra o povo, a prepotência. Mas, como se comprova nesta fábula, é sempre possível plantar uma semente, acender uma esperança."


"O livro é fascinante. Não consegui parar de ler, uma linguagem gostosa e interessante, um humor leve e sarcástico dentro do seu contexto histórico. Quem ainda não leu eu sugiro."

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